Carla Pinheiro, vice-presidente do IBGM, diz que produção brasileira pode dobrar com fim de garimpo e comércio ilegais
A produção de joias aumentará no Brasil com o combate à mineração ilegal de ouro e a outras irregularidades, disse Carla Pinheiro, 53 anos, vice-presidente do IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos). Ela é também diretora da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).
Hoje, são produzidas 10 toneladas de joias por ano no Brasil. Segundo Pinheiro, a estimativa do setor é que a produção informal e o contrabando tenham o mesmo tamanho. Portanto, a produção poderia dobrar só com o fim da ilegalidade.
NOTA FISCAL ELETRÔNICA
Pinheiro disse que exigência pela Receita Federal da nota fiscal eletrônica na compra e venda de ouro a partir de 1º de agosto de 2023 será um passo importante para a legalização da cadeia produtiva.
Outra reivindicação é maior controle do penhor, um tipo de empréstimo em que se deixa a joia como garantia. A Caixa Econômica Federal tem monopólio dessa atividade no Brasil. Pinheiro disse que é preciso maior atenção sobre as pessoas a quem o empréstimo é concedido. Também sobre os leilões dos produtos que não são resgatados. Isso evitaria que criminosos se aproveitassem do penhor nas duas pontas.
INCENTIVO AO DESIGN
As exportações de joias brasileiras poderiam crescer, na avaliação de Pinheiro, com foco em nichos de mercado. A produção brasileira, disse, tem características únicas em comparação com o que se faz em outros países. É o resultado do incentivo que o setor tem dado ao design, que, segundo ela, precisa continuar a ser aprimorado. Há também desafios de marketing. As joias enfrentam concorrência com outros produtos de luxo, o que varia conforme a época. “Hoje há bolsas muito mais caras do que joias. Mas um dia a bolsa vai para o lixo. A joia nunca vai. Pode ser transformada em outra joia”, disse Pinheiro.
Assista à entrevista completa abaixo: